sexta-feira, 28 de março de 2008

Som de Fruta

"Estou aqui pra dizer que eu jamais.
Imaginei te ver sofrendo assim

Te ver chorar vai me fazer sofrer ainda mais.

Estou aqui pra dizer que eu jamais..."

(NXZero em alguma música)


OBS: Toda música emo tem "chorar", "sofrer", "jamais",...


Eu geralmente evito polêmicas, mas nesses últimos dias eu tenho insistentemente sido covidado para festas retrô Anos 80. Fico pensando o motivo da nossa geração, e até mesmo parte dessa nova geração, querer voltar no tempo e assistir Caverna do Dragão, ler a revista MAD e ouvir Smiths. Pois bem, analisando a cena musical percebi por que todos querem fugir. E isso realmente não é nenhum crédito pra mim.

Revista MAD Brasil desse mês. Eba!Alfred E. Neuman voltou.

Lógico, a culpa é dos EMOS, tirando a preconceituosa relação de emos com homossexuais (ou se esquecem que nós cantamos em alto e bom som: "Eu gosto de meninos e meninas"?) eu vejo uma geração querendo ter um movimento com algo que mal gera uma reunião de fim de semana. Ou seja, querer um movimento emo assim como um movimento punk é algo impensável com essa cena. Sem ideologia, sem argumentos, sem atitudes, sem nada para formar uma geração de mudança. O máximo que vi de atitude nos emos foi o vocalista do CPM22 deixando seu cachorrinho fazer xixi na calçada. Muito rebelde ele. O "movimento emo" é uma ponte ligando o nada para para lugar nehum. Um monte de líderes que passam e não deixam história. Quem lembra quem começou isso? Qual é mesmo o nome do vocalista do Linkin Park? Alguém lembra deles? Só pra comparar, Sid Vicious?

Essa é realmente uma geração perdida. Uma existência baseada na futilidade, sentimentos que afloram e respostas fáceis. Responsabilidade mínima, liberdade máxima, usadas para se entregar a um mundo consumista e sem essência.

Mas tudo isso eu dizia entre 2005 e 2007, agora em 2008 leio que os Emos não querem mais ser chamados assim. Agora eles dizem que são "from UK", terra de punks e pós-punks. Ian Curtis deve estar se debatendo na tumba depois desse anúncio. Aliás, vendo umas fotos esse tal de "from UK" mais me parece uma máquina de clones da Amy Winehouse. Tá duvidando? Olha isso!

Agora é só dar uma garrafa de wisky pra cada uma e tá feita a transformação. Em 2009 essas meninas vão estar arrependidas dessa fase, e quando estiverem com 25 anos vão negar até a morte que eram "emas", "from UK", e tudo mais. Assim como as meninas de 25 anos de hoje negam até a morte que já gostaram de Menudos.

Pra mim o Emocore é um produto que foi lançado no mercado como uma ideologia e essa geração foi convencida de que isso é legal. Acho interessate que tenham essas coisas que dêem bastante dinheiro para as gravadoras, pois assim elas podem investir em bandas menos comercias e de melhor qualidade. Afinal, tudo tem sua utilidade, e a dos emos é gerar dinheiro e gerar diversão para a gente.

2 comentários:

  1. Desculpe-me a intromissão. Não o conheço, estava a procura de informações a respeito de Camus e acabei linkando seu blog através do google.
    Gostei da sua 'literatura desleixada', mas sinceramente não entendi se este texto critica apenas os Emos ou leva o comentario contra homossexuais. As comparações a outros movimentos foi bem colocada para exemplificar a falta de uma causa. Mas repito, não entendi a relação emos-homossexuais-preconceito(?)
    ?
    André Campos.

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  2. Então André, dá uma olhada nesse trecho:

    "tirando a preconceituosa relação de emos com homossexuais (ou se esquecem que nós cantamos em alto e bom som: "Eu gosto de meninos e meninas"?)"

    O que eu quis dizer é que não devemos criticar emos por serem homossexuais, pq isso não é motivo de crítica. Nós mesmos tínhamos ídolos gays nos anos 80. A minha crítica pega outros pontos da "cultura" emo.

    Gostei do "literatura desleixada", vou levar como elogio pq acho os escritores cheios de "parnasianismos" um porre!

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