Sábado o mundo da música comemora uma revolução. No dia primeiro de agosto de 1981 um astronauta entrava na TV fincando uma bandeira na Lua com flashs de um fundo psicodélico. Depois da vinheta, que ficou mundialmente conhecida, entrou "Video Killed The Radio Star" (O Video matou o astro do rádio, entendeu?!) do Buggles. Estavam abertas as portas da percepção, um canal para o público jovem muito diferente dos programas no estilo da família Dó Ré Mi.
Ao contrário do que as pessoas pensam, não foi "Money for Nothing" (1988) do Dire Straits que abriu a programação da TV musical. Esse com certeza foi o primeiro sucesso que mostrou a força da MTV, e cita a emissora na letra:
Now look at them yo-yo's that's the way you do it
You play the guitar on the MTV
That ain't workin' that's the way you do it
Money for nothin' and chicks for free
Now that ain't workin' that's the way you do it
Lemme tell ya them guys ain't dumb
Maybe get a blister on your little finger
Maybe get a blister on your thumb
Pela primeira vez um canal com 24 horas no ar trazendo uma programação voltada à música. Era consolidado o termo VJ, o cara responsável por colocar os video-clips na tela, em alusão ao DJ que fazia o mesmo só que com vinis.
Os jovens tinham um canal de TV com o qual se identificavam, baseavam suas ideias e consumiam, consumiam muito. A MTV conseguiu passar do patamar de emissora para uma marca que trazia uma faixa de público específica para ser abatida pelo marketing. "I want my MTV" foi a estratégia de marketing para obrigar as operadoras de TV à Cabo a incluirem na sua grade a MTV, tamanho foi o empenho do público com camisetas, faixas e cartas que deu certo. Sim, cartas.
Ela foi responspável pela ascensão e queda de vários ídolos. Aqueles grupos de uma música só povoaram os Top 10, entrevistas polêmicas, shows memoráveis, os clips, os unpluggeds. Na minha memória ainda está o lançamento em 1991 de Nevermind do Nirvana, e todos aqueles anos em que o grunge era figurinha marcada na emissora. Depois, o anúncio lamentoso sobre o suicídio de Kurt Cobain. Qual emissora dedicaria 24 horas de programação para o rei juvenil avesso aos modos e drogado até o fim?
A emissora começou a onda dos reality shows em 1992 com Real World, e talvez a partir daí tenha passado a exibir mais conteúdo não musical em sua grade. O que com o tempo não agradou.
Esse sucesso começou a se dividir, os jovens dos EUA não eram iguais aos jovens do Japão ou do Reino Unido e assim esses países começaram a ganhar suas MTVs com programação local. O mesmo aconteceu aqui.
No Brasil a MTV apareceu em 1991, com o clip de Marina Lima cantando Garota de Ipanema apresentado pela Cuca Lazaroto. Aqui a emissora virou sinônimo de vanguarda, tudo de bom que aparecia no Brasil podia ser levado para a MTV e alcançar proporções mega. Shank, Chico Science, Pato Fú, são exemplos disso. Paralamas e Titãs chegaram aos anos 90 consolidados na MTV. Todos tinham um programa pra se identificar, do mais POP ao mais underground, diversidade, tinha programa de RAP. Também, na época contando como Fábio Massari (o sabedor) na produção musical, não podia ser diferente.
Hoje quase não vejo mais a MTV Brasil, desisti da TV e adotei a internet como referência. Para a música sinceramente, a MTV não é mais vanguarda. Se apoia em sucessos rápidos, como Restart, para alavancar sua audiência. E isso já faz tempo, lembro com tristeza o dia em que a MTV foi invadida pelo axé e pelo pagode. Desse golpe, nunca mais se recuperou. Programas, como o Lado B, perderam espaço e sumiram. Com eles, a audiência que consumia MTV.
Nos EUA eles tentam voltar às raízes com a MTV2 com programação, quase exclusivamente, musical. No Brasil, o diferencial da comédia inteligente tem chamado à atenção. Programas com novas bandas e discussões sobre a sociedade também são iteressantes.
A MTV mudou o modo de consumir música e falar dela, nesses 30 anos sinto saudades da minha adolescência e das horas esperando o TOP 10 com a Cuca e depois com a Sabrina Parlatore. Sinto falta das novidades do Lado B, do Massari, do Thunderbird, do Kid Vinil e de toda uma turma. Ás vezes ainda pego The Smiths passando 7h00 da manhã, mas nunca mais vi isso 20h00. Parabéns MTV, você também fez parte da minha vida.
Ao contrário do que as pessoas pensam, não foi "Money for Nothing" (1988) do Dire Straits que abriu a programação da TV musical. Esse com certeza foi o primeiro sucesso que mostrou a força da MTV, e cita a emissora na letra:
Now look at them yo-yo's that's the way you do it
You play the guitar on the MTV
That ain't workin' that's the way you do it
Money for nothin' and chicks for free
Now that ain't workin' that's the way you do it
Lemme tell ya them guys ain't dumb
Maybe get a blister on your little finger
Maybe get a blister on your thumb
Pela primeira vez um canal com 24 horas no ar trazendo uma programação voltada à música. Era consolidado o termo VJ, o cara responsável por colocar os video-clips na tela, em alusão ao DJ que fazia o mesmo só que com vinis.
Os jovens tinham um canal de TV com o qual se identificavam, baseavam suas ideias e consumiam, consumiam muito. A MTV conseguiu passar do patamar de emissora para uma marca que trazia uma faixa de público específica para ser abatida pelo marketing. "I want my MTV" foi a estratégia de marketing para obrigar as operadoras de TV à Cabo a incluirem na sua grade a MTV, tamanho foi o empenho do público com camisetas, faixas e cartas que deu certo. Sim, cartas.
Ela foi responspável pela ascensão e queda de vários ídolos. Aqueles grupos de uma música só povoaram os Top 10, entrevistas polêmicas, shows memoráveis, os clips, os unpluggeds. Na minha memória ainda está o lançamento em 1991 de Nevermind do Nirvana, e todos aqueles anos em que o grunge era figurinha marcada na emissora. Depois, o anúncio lamentoso sobre o suicídio de Kurt Cobain. Qual emissora dedicaria 24 horas de programação para o rei juvenil avesso aos modos e drogado até o fim?
A emissora começou a onda dos reality shows em 1992 com Real World, e talvez a partir daí tenha passado a exibir mais conteúdo não musical em sua grade. O que com o tempo não agradou.
Esse sucesso começou a se dividir, os jovens dos EUA não eram iguais aos jovens do Japão ou do Reino Unido e assim esses países começaram a ganhar suas MTVs com programação local. O mesmo aconteceu aqui.
No Brasil a MTV apareceu em 1991, com o clip de Marina Lima cantando Garota de Ipanema apresentado pela Cuca Lazaroto. Aqui a emissora virou sinônimo de vanguarda, tudo de bom que aparecia no Brasil podia ser levado para a MTV e alcançar proporções mega. Shank, Chico Science, Pato Fú, são exemplos disso. Paralamas e Titãs chegaram aos anos 90 consolidados na MTV. Todos tinham um programa pra se identificar, do mais POP ao mais underground, diversidade, tinha programa de RAP. Também, na época contando como Fábio Massari (o sabedor) na produção musical, não podia ser diferente.
Hoje quase não vejo mais a MTV Brasil, desisti da TV e adotei a internet como referência. Para a música sinceramente, a MTV não é mais vanguarda. Se apoia em sucessos rápidos, como Restart, para alavancar sua audiência. E isso já faz tempo, lembro com tristeza o dia em que a MTV foi invadida pelo axé e pelo pagode. Desse golpe, nunca mais se recuperou. Programas, como o Lado B, perderam espaço e sumiram. Com eles, a audiência que consumia MTV.
Nos EUA eles tentam voltar às raízes com a MTV2 com programação, quase exclusivamente, musical. No Brasil, o diferencial da comédia inteligente tem chamado à atenção. Programas com novas bandas e discussões sobre a sociedade também são iteressantes.
A MTV mudou o modo de consumir música e falar dela, nesses 30 anos sinto saudades da minha adolescência e das horas esperando o TOP 10 com a Cuca e depois com a Sabrina Parlatore. Sinto falta das novidades do Lado B, do Massari, do Thunderbird, do Kid Vinil e de toda uma turma. Ás vezes ainda pego The Smiths passando 7h00 da manhã, mas nunca mais vi isso 20h00. Parabéns MTV, você também fez parte da minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Enforque-se nas cordas da liberdade.