terça-feira, 24 de novembro de 2009

O desesperedorismo

O Carlos Nepomuceno escreveu um artigo bem legal que resume a ideia de empreendedorismo no nosso país. Quem ler o artigo vai dizer que ele está exagerando, e de certa forma está, mas como dizia um amigo meu às vezes é preciso exagerar para acertar na mosca.

Data da pulblicação: 15 de Julho de 2009.

Vivemos um momento de crescimento no país, mas muito do que acontece hoje na questão dos empreendedores são iniciativas mágicas e que tendem ao fracasso logo nos primeiros anos. Mesmo com a ajuda de entidades como o SEBRAE ainda estamos longe de dar apoio ao empreendedor. "O futuro não acontece simplesmente. Ele é construído. Ele é aberto e não fechado. É divergente e não convergente" - Eunice Soriano de Alencar

Dizem que o Brasil tem o espírito empreendedor.

Já acreditei nisso, não mais.

Acho que inventamos o desesperedorismo - um tipo de atividade que os humanos fazem - de forma desesperada - para conseguir sobreviver, contra tudo e contra todos.

O tema me vem de pronto, pois encontro uma amiga no Museu da República que me fala de uma idéia maravilhosa na Web.

Eu, que já tive mil sonhos e idéias, suspiro.

Já rodei meu plano de negócios (vários deles) em investidores e sei hoje que o Brasil decididamente não quer (ainda) novos negócios.

Algumas iniciativas isoladas, mas nada como política estragégica.

O ambiente nos empurra para os grandes monopólios e para o poder do Estado.

A juventude hoje quer um emprego público.

Quem fatura são as empresas de concurso, novos monopólios de ensino.

Um ambiente empreendedor exige:

  • Dinheiro barato;

  • Investidores criativos;

  • Incentivo do Estado;

  • Incentivo à inovação;

  • Educação criativa e não tolhedora.

Olhem para os lados e notem se há algo assim no horizonte.

Vejam o quadro:

  • Temos os juros mais caros do mundo;

  • Investidores que exigem retorno semana que vem;

  • Um Estado que quer ser o pai e não um parceiro, que quer dar esmola e não ensinar a pescar, que só cresce e não fortalece o social empreendedor:

("vinde a mim as criancinhas que elas não sabem fazer concurso";

  • Por fim, quem inova é considerado maluco;

  • E os poucos que vão e ficam na escola, são doutrinados para serem tapados.

Outra tese: quem passa em concuros públicos é o pessoal da inteligência acumulativa, de dados, não aqueles que têm a inteligência da ruptura, geradores de novos cenários.

Isso é grave!

É o caos do tiroteio de cego na casa da mãe joana!

O Brasil inova mais uma vez: criou o desesperedorismo!

Concordas?

PS - sugiro a leitura do livro Startup, de Jessica Livingston, que tem como pano de fundo o ambiente propício à inovação americana. Não é para copiar, mas para pensar.

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