quarta-feira, 24 de junho de 2009

Salvem as gravadoras.

Agora foi a vez da Rapidshare. A justiça alemã condenou a empresa a pagar 24 milhões de euros por violar as leis de direito autoral, disponibilizando músicas em seu serviço. Na verdade o Rapidshare é um storage de arquivos, que incluem músicas e filmes.

A também processada Pirate Bay se pronunciou essa semana, na voz do seu fundador (Peter Sunde). Para ele as gravadoras não querem achar um novo modelo de negócios. Ele participa da 10 FISL que acontece esses dias no sul do país.

Cabe aqui um pensamento sobre os dois lados. Sinto muito, estamos num sistema capitalista e as corporações querem mesmo ganhar dinheiro. Para isso vão se valer das leis e das regras do jogo. Do mesmo lado (mas não sendo unanimidade) estão os artistas que não querem seus direitos quebrados, principalmente pq quando eu faço uma música decido para onde quero que ela vá. Se eu quiser colocar dentro de uma gaveta, problema meu. Se eu quiser colocar no MySpace, ótimo. O que não pode é um cara comprar um CD, converter e colocar no Rapidshare.

Eu lembro quando surgiu na cena independente a chance de colocar a música na internet, o que para muitos era uma forma de liberdade das gravadoras se mostrou bem diferente. Na verdade colocar a música na internet se transformou numa vitrine para que as gravadoras vissem o sucesso e fechassem um contrato. Nada de ideologia, apenas o velho e bom capitalismo nas veias. E digo, nada errado com isso. Afinal, essa é mesmo a brincadeira.

Agora o lado negro, as gravadoras pararam no tempo. Hoje, não existem mais fábricas de vinil no país, e meia dúzia de entusiastas são o que não deixam o mercado morrer. O mesmo fim terá o CD, se já não teve. Depois dele outras mídias já surgiram, novas formas de ouvir e consumir música estão tomando conta das novas gerações. É a nuvem, a música não está mais aqui comigo, ela está em qualquer lugar para ser acessada sempre que eu quiser.

Nesse novo contexto as gravadoras não podem mais querer ganhar dinheiro com CDs, o produto música mudou e as gravadoras não. Agora de todas as formas elas tentam barrar esse fenômeno, como podem? Até o momento elas processam as empresas mais conhecidas de compartilhamento de arquivos, mas isso não funciona. Veja o Napster, ele surgiu em 1999, e até hoje não se conseguiu acabar com o compartilhamento de músicas. Depois dele veio o Gnutella, eDonkey, Kazaa, Kademila, torrent, eMule, e tantos outros que surgiram e vão surgir. É um fenômeno que não tem volta, assim como a globalização, ou você entra ou o rolo passa por cima.

Concordo com Sunde, as gravadoras não querem mudar seu jeito de fazer negócio. O que na verdade é um grande tiro no pé.


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