sábado, 29 de outubro de 2011

E se o U2 acabar?


Ainda é uma ideia, mas vinda da cabeça de Bono Vox só poderia tomar as proporções que tomou. A chance da banda irlandesa U2 encerrar suas atividades em 2012 pegou a todos de surpresa. Surpresa essa já vivenciada esse ano com o fim do REM. Estarão as boas bandas abandonando o barco?

Meses atrás Bono questionou a relevância do U2 no cenário musical nos dias de hoje. Agora aos 50 anos anuncia que o grupo pode encerrar suas atividades, antes mesmo de lançar seu último álbum anunciado até então para o próximo ano. Seria realmente o fim do mundo?


Alguns meses atrás foi o REM que decidiu deixar os palcos, isso me fez refletir junto ao questionamento do Bono: qual a relevância dessas bandas no cenário musical de hoje? 

Décadas atrás a cada álbum o U2 emplacava vários hits, nos últimos anos um ou dois. Não que isso seja algum demérito ou envolva prejuízo. A última turnê do U2, a 360º, bateu todos os recordes se tornando a mais rentável de todos os tempos. Em parte pela qualidade inquestionável da banda e das suas produções, e em parte por causa do saudosismo daqueles que hoje se encontram órfãos de música. A banda se reinventou quando achou que era hora (Pop) e voltou às raízes quando quis. Mantendo fãs e buscando as novas gerações.


Na época em que o U2 surgiu, fervilhava ainda entre os jovens a vontade explosiva de mudanças. O mundo ainda bipolarizado, a guerra, a tensão, tudo isso nos fazia questionar todo aquele sistema. Músicas como Sunday Blood Sunday jogavam na cara das pessoas o horror da busca pelo poder. E tudo isso tocado nas rádios mais pops do momento.

O U2, junto com REM, forai responsável por tirar as músicas cor de rosa do foco. Era o momento em que as gravadoras prestavam atenção nas garagens. Vindos dali, jovens idealistas e cheios de vontade de mudar o mundo. O U2 realmente mudou o mundo, e muitos outros vieram com eles.

Hoje, as guerras parecem cada vez mais longes. Além disso, a virdeogamização das guerras trouxe um sentimento de apatia por parte dos jovens. Eles, cada vez mais, pouco se importam com o mundo se puderem comprar seus iphones. O cenário mundial da música se tornou um clichê de exagero e futilidade, sem espaço para a reflexão e busca pelo novo. As bandas voltaram para a garagem, e ali sobrevivem graças às novas mídias provindas da internet. Regredimos, e a agora estamos acabando.


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