domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro: Uma verdade inconveniente

Nessa vida nem toda geração tem algo pra contar aos seus filhos, principalmente desses fatos que marcam a humanidade. As grandes guerras se foram, seus veteranos estão indo com elas. A história enraizada nessas pessoas se perde aos poucos, ano após ano. A cada um que morre, um pouco da gente se perde. Sei que existem livros, videos e sites sobre o assunto, mas sentir, nenhum deles sente. Porém, sobre o 11 de setembro eu posso dizer para vocês: Meninos, eu vi!

Lembro muito bem onde eu estava a 10 anos atrás. Sentando na sala de um cursinho pré-vestibular, numa aula de biologia quando no intervalo, por volta das 9h00 vejo um professor de química preocupado dizendo: Estão indo para Three Mile Island. Só depois de um tempo entendi o que estava acontecendo, o primeiro avião tinha atingido uma das torres do WTC e se suspeitava de outros aviões sequestrados.

Esse professor, Tetuya Inoue, me marcou muito, ele apresentava uma palestra sobre Bombas Atômicas por todo o país, além de dar uma maravilhosa aula sobre química atômica (não é irônia!). Tenho certeza de que todas essas pessoas que tiveram o privilégio de assisti-la não saíram de lá as mesmas. Se assim aconteceu, sinto muito, perderam a maior oportunidade de suas vidas de se tornarem pessoas melhores.

Na famosa palestra do Tetuya, dada todos os anos no Cursinho Universitário aos estudante, ele fazia uma revisita do descobrimento dos materiais atômicos, o uso militar das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, as consequências desses ataques e por fim os acidentes nucleares. Nesse final ele nos chamava a atenção para o acidente em GO, com o Césio 137. Considerando um dos três maiores acidentes atômicos do mundo, esquecido completamente por nós brasileiros. 

Por fim, algumas fotos de surgiam na apresentação ao som de Rosa de Hiroshima. Aqueles que não se levantavam para aplaudir de pé o mestre, choravam. Tetuya morreu em 2005, deixando saudades de todos aqueles que ele fez entrar na universidade e fez conscientes dos absurdos da vida.

O segundo avião atingiu a outra torre, um avião no Pentágono e outro abatido (a história dos passageiros heróis nunca me desceu) na rota que poderia ser da usina de Three Mile Island ou a Casa Branca. Nunca saberemos ao certo, o que percebi naquela hora é que o mundo ficava um pouco mais diferente, um pouco mais vulnerável e um pouco maluco.

Durante anos a mania de perseguição empurrada aos norte-americanos repercutiu no mundo. Serviram para guerras sem sentido, perseguições, preconceito, vingança. O medo é uma máquina que te move para um só lado, aquele que te vence. O medo é um cabresto, que dá o controle da massa para aquele que for mais esperto. 

Quase 10 anos depois do ataque Osama foi morto. A invasão do Iraque se mostrou uma farsa, nunca foram encontradas armas de destruição em massa nas terras de Saddam Hussein. A busca por Osama no Afeganistão custou trilhões aos cofres norte-americanos. Como resultado de tudo isso, não estamos num mundo mais seguro.

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