E agora, José?
A festa acabou,
o bolo findou,
o pastel sumiu,
a cerva esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é um fominha,
que fila dos outros,
você que enche o prato,
que come à beça?
e agora, José?
Está sem cintura,
está sem seu pinto,
está com cem quilos,
já não quer mais beber,
pois só quer mastigar,
cuspir já nem gosta,
a baba esfriou,
o bife não veio,
o pudim não veio,
o figo não veio
não veio a coxinha
e frango acabou
e massa fugiu,
e queijo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce goiabada,
seu vidro de maionese,
sua gula sem jejum,
sua bela bisteca,
sua bala de coco,
sua bomboniére de vidro,
sua bala de menta,
seu drops - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
a dispensa não tem porta;
quer comer sorvete,
mas o sorvete secou;
quer ir para Minas,
queijo não há mais.
José, e agora?
Se você mastigasse,
se você sorvesse,
se você se provasse
a calda ainda quente,
se você engolisse,
se você vomitasse,
se você peidasse,
se você morresse…
Mas você só morre de fome,
você é guloso, José!
Sozinho no escuro
assaltando a geladeira,
sem gastroplastia,
sem ver seu umbigo
para poder coçar,
sem entregador de pizza
que chegue a galope,
você incha, José!
José, para de comer, pombas, ou não sobra nada pra mim!
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