HDs Virtuais e direitos autorais

No último semestre tivemos uma pequena surpresa nos laboratórios da universidade. Durante um final de semana os adminstradores bloquearam todo e qualquer tipo de acesso à sites conhecidos como HDs Virtuais dentro da universidade. Dentre os sites mais famosos dessa categoria estão o Rapidshare, o Easyshare, o Fliefactory e o 4Shared. Teoricamente, esses sites foram criados para que usuários guardem seus arquivos e os compartilhe com outros usuários de forma gratuíta. Porém, eles têm sido usados para armazenagem e compartilhamento de conteúdo protegido por direito autoral, e esse foi o motivo do bloqueio deles por aqui.

O mais interessante foi ver a reação das pessoas, todas irritadas por não mais poder baixar seus Cds, seus livros e suas revistas. Sabendo que eu faço computação, muitas pessoas me paravam e me perguntavam o que poderia ser feito. A minha resposta era sempre a mesma, leve uma boa justificativa para o administrador liberar o uso dos HDs virtuais. Até o momento não ouvi nenhuma boa justificativa e no final todos se lamentaram pelo triste fim dos seus downloads.

Ao contrário do que falam por ai, baixar esse material é crime sim. A distribuição de material protegido por direitos autorais é regido pelo autor da obra ou o detentor dos seus direitos. Se este permite a sua livre distribuição, ótimo pode baixar, mas se ele não permitir o usuário que baixa ou distribui tal material está ferindo a lei de copyright e pode ser indiciado por tal. Atualmente a punição para quem baixa ou mesmo o camelô que vende produtos piratas é branda. Principalmente para quem baixa, essa punição poucas vezes é aplicadas. Porém, nesse ano as gravadoras tem se unido coibir quem distribui esse material. Resultado disso é a perseguição sofrida pela comunidade Discografias no Orkut, que oferece links para músicas e álbuns inteiros. E claro, esses links são para HDs virtuais.

Nos próximos meses outras medidas serão tomadas pelas gravadoras para coibir o download ilegal. Porém, desde os tempos do Nabster elas tentam impedir essa distribuição sem muito sucesso. Toda vez que elas vencem um tipo de distribuição outra aparece. Desde o fim do Nabster muitas outras formas de download apareceram, e com a internet banda larga o fim dessa distribuição está longe do fim. Talvez esteja na hora delas pensarem seriamente em baixar os preços dos seus produtos.